sábado, 28 de novembro de 2009

E SE...

Julián já preparava-se para sair, pois o dia prometia muito trabalho de pesquisa para o novo livro. iria visitar a biblioteca depois de passar pelo cais e observar os barcos movimentando-se vagarosamente com o vento. Queria uma inspiração, mas a saudade da bela Penélope incomodava significativamente.
Ouviu alguém chamar à porta. Atendeu sem muita convicção de ser algo importante. Era um mensageiro que trazia uma missiva. Envolta num papel pardo e fechada com uma fita vermelha de bolas pretas.

A letra era de Penélope! Era uma mensagem linda de amor! Mais uma das milhares que recebera:

Amor,

E se eu te mandar uma foto?
a saudade acaba.
E se eu te mandar um bilhete?
a saudade aguça
E se eu te mandar um poema?
a saudade afaga.
E se eu te mandar uma carícia?
a saudade aflora.
E se eu te mandar um prazo?
a saudade adia.
E se eu te mandar um pedido?
a saudade apressa.
E se eu te mandar um carinho?
a saudade amaina.
E se eu te mandar um abraço?
a saudade aumenta.
E se eu te mandar um sorriso?
a saudade alastra.
E se eu te mandar nada?
a saudade afronta.
E não há nada que eu faça, que a saudade apaga!

Eu sinto saudades demais!

Penélope Aldaya

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