quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

RATOS, CIRCOS, ELEFANTES E CINEMA!

A noite de Belo Horizonte é realmente extraída de algum filme do Telecine Classic. Sempre achei isso, mas ontem, quando voltava para casa relembrei este sentimento. Me embrenhando inocente e negligententemente por ruas quase desertas pude perceber o clima cinematográfico de um dia úmido em BH. Um camundongo com um ar autoritário (e tão cidadão familiarizado quanto eu) passou apressado em minha frente e seguiu em direção à uma caixa de verduras no canto da parede mal iluminada! O viaduto Santa Teresa passava sobre mim com suas luses amareladas e seus lustres antigos. Aí percebi o que Drumond sentia nessa nessa cidade!
Alcancei a estação do metrô, tentando ir para casa. O trem zumbia acima de nossas cabeças e alguns desesperados passageiros corriam na esperança de ainda ir pra casa antes do próximo metrô. Nem cogitei uma corrida e aguarei com estranha paciência a próxima partida enquanto pensava na leitura noturna que desejei durante o dia!
A chuva insistia em minha janela madrugada a dentro, enquanto eu percorria as páginas de um livro! Devorar livros é um hábito interessante e impulsivo!
As vidas dos personagens se entrelaçaram com a minha e o meu trabalho! Via-me transportado para dentro do processo de produção e montagem de um grande circo e fazia repetinas comparações com a vida real!
Ainda não contei como entrei no mundo do cinema itinerante, mas teremos um bom tempo para que isso aconteça! Meus leitores (se é que tenho algum!) são meus amigos, portanto, já estão careca de saber... Aos forasteiros em meu mundo, digo que sigam lendo à vontade e terão o oportuno momento das descrições oportunas! De antemão aviso que é por isso que sempre comparo todas as coisas com cinema!
Entre trens, trilhos, cavalos, circos, espetáculos, aventuras... Eu já não tentava mais me agarrar na tênue linha da fronteira entre ficção e realidade. Somente vivia a leitura, percebia um modo interesante de viver e descobria a cada página que sempre temos uma grande necessidade de fazer da vida uma real experiência!
Não que eu esteja me transformando num melancólico piegas, mas os rótulos me apatecem menos do que os clichês. Estes eu adoro! O que seria a vida sem eles? Podemos até readaptá-los, mas serão sempe clichês!
O sono veio junto com mais dois capítulos, até que fui forçado a pegar o velho pedaço de película 35 mm - que uso como marcador de páginas - e fazer a essencial pausa de todos os dias!
Ultimamente consigo acordar sem despertador, nahora certa! Não sei se é disciplina ou neurose, mas acontece!
Meu MP3 havia ficado no escritório, contudo, diante de um trajeto sem "back ground", não relutei em colocar o livro e alguns biscoitos na mochila! Na verdade, nem um, nem outro foi consumido. Fui tomado por trilhões de pensamentos soltos, assim como faço agora, sem a chance de vomitá-los!
Em instantes deparei-me de frente ao PC, escrevendo coisas sem nexo, somente para indicar um ótimo livro:

ÁGUA PARA ELEFANTES - Sara Gruen - Ed. Sextante - Ficção

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